Tarifaço inviabiliza exportações de madeira gaúcha para os EUA
12/08/2025
(Foto: Reprodução) Tarifaço inviabiliza exportações da indústria madereira do Rio Grande do Sul pros EUA
A chantagem de Donald Trump contra o Poder Judiciário brasileiro teve reflexos diretos na indústria madeireira do Rio Grande do Sul. O tarifaço inviabilizou exportações para os Estados Unidos.
Há dois anos, Suely de Sales Inácio se mudou do Paraná para trabalhar em uma indústria de madeiras em São Francisco de Paula, na serra gaúcha, e agora está preocupada com o futuro do emprego.
"Todo mundo com medo de ser dispensado. Inclusive, deixei meus filhos, deixei meus netos e estou aqui com meu esposo. Então, a gente depende disso", diz a operadora de expedição.
A indústria em que ela trabalha produzia cercas para casas americanas, uma das linhas de produção precisou ser paralisada. 95% de todos os produtos da empresa tinham como destino os Estados Unidos.
"Estamos tentando exportar para outros países, mas não tem nenhum cliente, outro país, que compra na mesma quantidade que os Estados Unidos compra desse produto", explica Marco Antônio Carvalho Garcia, sócio-diretor da empresa.
A indústria gaúcha de madeira emprega diretamente 8 mil pessoas. Só em 2024, exportou mais de 100 milhões de dólares para os Estados Unidos, o que representa um terço de tudo que o setor vende para fora do país.
Em Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, UMA indústria de madeiras exportava 80% da produção para os Estados Unidos, mas agora, com as taxas, precisou diminuir turnos de trabalho, organizar férias de parte da equipe e busca novos mercados.
"Inclusive os terceiros que prestam serviço para nós também, temporariamente já paramos com essa prestação de serviço, trabalhando somente com equipe própria. As margens do nosso negócio são extremamente apertadas e qualquer taxação acaba inviabilizando o negócio", afirma Cassiano de Zorzi, diretor-presidente da empresa.
O setor madeireiro é o que mais emprega em cidades como São Francisco de Paula, que tem cerca de 20 mil habitantes. Se a indústria para, ela deixa de injetar cerca de R$ 16 milhões por mês na economia local.
"Ela é uma cadeia extensa, e nós temos toda a parte de colheita, toda a parte de logística que envolve o carregamento de matéria-prima até as áreas fabris e depois toda a parte logística das plantas fabris até o exterior", diz Leonardo de Zorzi, presidente do Sindimadeira RS
Tarifaço inviabiliza exportações de madeira gaúcha para os EUA
Reprodução/TV Globo